Não se esqueça de cuidar da saúde do seu fígado!

O fígado é um dos maiores órgãos do corpo humano. Suas principais funções são metabolizar proteínas, carboidratos, gordura e vitaminas que regulam o nível de glicogênio e a composição da bílis no organismo, e participar da desintoxicação.

Além disso, o fígado é a maior glândula do corpo, sendo cerca de duas a três vezes maior do que os rins, pode possuir um peso entre 1,2 e 3,7 quilos e seu tamanho pode variar, dependendo do sexo, idade e condição física da pessoa.

No entanto, toda a tensão colocada nesse órgão, devido às funções que ele desempenha, gera uma elevada carga de estresse, podendo levar a doenças, caso o fígado fique inflamado ou danificado.

As toxinas ingeridas ou criadas de forma endógena (interna) ou exógena (externa), também podem acarretar uma variedade de problemas, incluindo doença hepática gordurosa, cirrose e câncer.

No artigo de hoje, a ProctoGastro Clínica te explica quais são as principais doenças relacionadas ao fígado, seus sintomas e quais os cuidados necessários para manter este órgão vital em bom funcionamento. Confira!

Principais doenças do fígado

Cirrose hepática alcoólica

De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), o vício em álcool é o maior responsável por grande parte das complicações hepáticas no mundo. Entre todas as doenças ocasionadas pelo álcool, a cirrose hepática é, sem dúvida, a mais evidente. 

Popularmente falando, a cirrose é a cicatrização do fígado, como resultado de anos de agressões ao órgão, que culminam na substituição do tecido hepático normal por nódulos e tecido fibroso, podendo ser fatal.

Hepatite

A hepatite é uma doença inflamatória e sua causa pode ser infecciosa, imune, tóxica ou a variante mais conhecida, a viral. Ela pode ser classificada em:

Hepatite A

Sua principal causa é o contato com água ou alimentos contaminados. Geralmente apresenta sintomatologia discreta, como cansaço, fraqueza, diminuição do apetite e dor na parte superior da barriga, mas também pode apresentar um quadro fulminante. Pessoas que já tiveram hepatite A estão imunes a este tipo da doença, porém estão susceptíveis às demais. Por isso, é importante higienizar os alimentos e as mãos na hora de preparar os alimentos e das refeições, evitar compartilhar escovas de dente, talheres e contato íntimo desprotegido.

Hepatite B

É transmitida por meio do contato com sangue ou secreções contaminadas, como transfusões de sangue, uso de seringas ou agulhas compartilhadas e relação sexual sem proteção. Pode ser assintomática, mas ainda é necessário tratamento adequado, a fim de evitar a sua evolução e deterioração do fígado. Enjoos, febre baixa, dores nas articulações e dores abdominais são quatro dos primeiros sintomas dessa doença. Além da vacinação como meio de proteção, é fundamental utilizar preservativo nas relações sexuais, ter atenção às condições de higiene em manicures, estúdios de tatuagem e piercing, evitar compartilhar seringas e agulhas.

Hepatite C

É uma infecção do fígado ocasionada em função do contato com sangue ou secreções contaminadas com o vírus e que tem cura quando descoberta e tratada precocemente. Quando não é devidamente tratada, pode evoluir para a hepatite crônica, podendo levar à cirrose ou insuficiência hepática. Na maioria dos casos, os sintomas surgem entre dois meses e dois anos após o contato com o vírus, podendo ser perceptíveis com a apresentação da pele amarelada, urina escura, dores abdominais e perda de apetite. Assim que os primeiros sinais forem identificados, deve-se consultar um infectologista ou hepatologista para que o diagnóstico seja confirmado e o tratamento iniciado.

Hepatite D

É uma infecção que pode ser transmitida por meio do contato com pele ou mucosa contaminadas com o vírus através de relações sexuais desprotegidas, ou compartilhamento de agulhas e seringas. Seu vírus depende do vírus da hepatite B para replicar e causar a doença. Caso não haja o tratamento correto, pode ocasionar numa hepatite fulminante, inflamação grave do fígado, podendo ser fatal. Esse tipo de hepatite pode ser assintomática, sintomática ou sintomática grave, dependendo do grau de comprometimento do órgão. Sua prevenção se dá através da vacinação contra a hepatite B.

Hepatite E

É transmitida através da ingestão de água ou alimentos contaminados, ou contato com fezes e urina de pessoas contaminadas com o vírus. Geralmente ocorre em surtos em função da falta de higiene ou de saneamento básico. Normalmente é assintomática, principalmente em crianças, mas quando surgem sintomas são febre baixa, dor abdominal e urina escura. Não há vacina para a hepatite E, seu tratamento consiste em repouso, hidratação, boa alimentação, evitar usar medicamentos e ingestão de bebidas alcoólicas.

Hepatite F

É considerada um subgrupo da hepatite C, porém seu vírus ainda não foi identificado. Foi verificada em macacos em laboratórios e não há relatos de pessoas infectadas com esse vírus.

Hepatite G

É comumente transmitida pelo vírus da hepatite G encontrado em pessoas diagnosticadas com hepatite B, hepatite C ou HIV. Pode ser transmitida por relações sexuais sem preservativo, transfusão sanguínea ou da mãe para o filho por meio do parto normal. Seu tratamento ainda não é muito bem estabelecido, visto que não está relacionada a casos crônicos de hepatite e nem necessidade de transplante de fígado, porém é fundamental consultar um hepatologista ou infectologista.

Hepatite autoimune

É uma doença genética em que o corpo produz anticorpos contra as próprias células do fígado, levando-o à sua progressiva destruição. Seus principais sintomas são derivados da desregulação do sistema imunológico, como dores abdominais, pele amarelada e náuseas. Assim que forem identificados os primeiros sintomas, deve-se consultar um hepatologista ou gastroenterologista para que o tratamento mais adequado seja iniciado. 

Hepatite medicamentosa

É causada pela ingestão exagerada ou inadequada de medicamentos, e ocorre em função da hipersensibilidade ao medicamento ou toxicidade do remédio. O fígado não consegue metabolizar as toxinas dos medicamentos e inflama, ocasionando os sintomas típicos da hepatite, como vômitos, náuseas, dores abdominais, urina escura e fezes claras. Seu tratamento consiste em parar de ingerir medicamentos ou trocar para medicamentos menos agressivos para o fígado.

Hepatite crônica

É a inflamação do fígado que dura mais de seis meses, podendo levar à cirrose ou insuficiência hepática e, dependendo da sua gravidade, pode ser necessário a um transplante. Seus principais sintomas são fadiga, dores nas articulações, febre, mal-estar, diminuição do apetite e perda da memória. O tratamento depende da gravidade das lesões e pode ser feito tanto com medicamentos ou por meio de transplante.

Câncer de fígado

Segundo a ACS (American Cancer Society), mais de 800.000 pessoas são diagnosticadas com câncer de fígado a cada ano. É um tipo de tumor maligno que tem origem nas células que formam o fígado. É, na maioria das vezes, bastante agressivo. Seus sintomas costumam surgir nos estágios mais avançados da doença, como dores no abdômen, enjoos, perda do apetite, emagrecimento e olhos amarelados. Seu tratamento é feito com cirurgia e quimioterapia e, dependendo da gravidade do caso, as chances de cura são maiores quando o tumor é identificado em estágios iniciais.

Esteatose hepática

É caracterizada pelo acúmulo de gordura no fígado. Muito comum, pode causar dor no lado direito do abdômen, barriga inchada, enjoos, vômitos e mal-estar geral. Acontece devido à uma dieta rica em gordura, mas também pode ocorrer em pessoas que consomem bebidas alcoólicas em excesso. Pode ser classificada em:

Grau 1 

Considerado leve, ocorre quando há um leve acúmulo de gordura no fígado, que corresponde ao acometimento de cerca de 30% das células do órgão.

Grau 2

Considerado moderado, ocorre quando há acúmulo moderado de gordura, que corresponde a 60% das células do fígado afetadas.

Grau 3

Considerado grave, ocorre quando há um grande acúmulo de gordura no fígado comprometendo demasiadamente o órgão.

Cirrose biliar primária (CBP)

É uma doença crônica caracterizada pela destruição gradual dos ductos biliares presentes no interior do fígado, impedindo a saída da bile que, quando acumulada, pode causar inflamação, destruição, cicatrização e eventual desenvolvimento de insuficiência do fígado. Ainda não há cura para esta doença, porém, como ela pode causar danos graves no órgão, há alguns tratamentos com o objetivo de retardar o desenvolvimento da doença e aliviar sintomas como dores no abdômen, cansaço excessivo ou inchaço nos pés e tornozelos.

Insuficiência hepática aguda

Esta é a doença mais grave do fígado, onde o órgão deixa de realizar suas principais funções, levando-o a uma série de complicações severas, como coagulação, edema cerebral ou insuficiência renal. Conforme a duração e evolução dos sintomas, ela pode ser classificada em:

Aguda

Quando ocorre em pessoas saudáveis de forma repentina, sem nenhum histórico de  doença no fígado. Pode ser causada pelo vírus da hepatite ou pelo uso indevido de alguns medicamentos.

Crônica

Quando os sintomas podem levar meses ou até anos para se manifestarem, em função das agressões constantes sofridas pelo órgão em função do consumo abusivo de álcool, hepatite ou gordura no fígado.

Principais sintomas que indicam doença no fígado

Existem alguns sintomas gerais, característicos da maioria das doenças hepáticas. São eles:

– Icterícia, um tom amarelado na pele e nos olhos;

– Ascite, o acúmulo de líquidos dentro da cavidade abdominal, popularmente conhecido popularmente como “barriga d’água”;

– Sangramento digestivo;

– Quadro súbito de vômitos hemorrágicos;

– Encefalopatia, uma alteração das funções cerebrais básicas, que podem ocasionar em letargia, irritabilidade, dificuldade de concentração, redução do nível de consciência e até mesmo coma;

– Ginecomastia;

– Telangiectasias, lesões vasculares; 

– Dores ou inchaços na parte superior direita do abdômen, bem abaixo das costelas.

Além dos sintomas acima, eles podem vir acompanhados de alguns sinais sugestivos, que indicam o acometimento do fígado, como:

– Coceiras pelo corpo;

– Cansaço;

– Desânimo;

– Enjoos após as refeições;

– Tontura;

– Dor de cabeça;

– Febre;

– Suor excessivo;

– Dificuldade de concentração;

– Vermelhidão na palma da mão;

– Aparecimento de manchas roxas na pele;

– Fezes claras;

– Sangramentos pelo nariz;

– Sangramentos anormais após traumas de pequena intensidade;

– Boca seca ou gosto amargo na boca;

– Constipação ou diarreia;

– Ganho ou perda de peso excessivo, sem motivos aparentes.

Muitas vezes, os sinais de problemas no fígado só começam a surgir quando o órgão já está bastante prejudicado, pois a maioria das doenças do fígado são silenciosas. 

Por isso, é muito importante monitorar as funções hepáticas com os exames de rotina, principalmente os exames de sangue.

Quais exames avaliam a saúde do fígado?

Por desempenhar funções vitais ao nosso organismo e em função das alterações ocorridas no fígado serem silenciosas, é fundamental manter os check-ups em dia, especialmente em relação a este órgão. Realizar exames como:

Hemograma

Geralmente, é o exame que dá as primeiras pistas de que há algo errado com o fígado, pois, ao avaliar as células sanguíneas de maneira geral, é possível identificar índices hepáticos, que indicam a necessidade de uma avaliação minuciosa do órgão.

Função hepática

Quando levanta-se a suspeita de problemas no fígado, são solicitados exames de sangue mais específicos, como Alanina aminotransferase (ALT), Albumina, Fosfatase alcalina (FAL), Alfafetoproteína (AFP), Aspartato aminotransferase (AST), Bilirrubina, Gama-glutamil transpeptidase (GGT).

Testes para hepatites

Caso os exames de função hepática apresentem alterações, é preciso investigar suas causas, iniciando por testes de hepatite A, B e C. É fundamental que realizemos os testes de hepatites de maneira preventiva também, pois estima-se que muitas pessoas sejam portadoras desse vírus e não sabem.

Exames de imagem

Exames como o ultrassom e a elastografia, por exemplo, permitem uma melhor avaliação da estrutura do fígado de maneira não invasiva, possibilitando o diagnóstico de doenças como a fibrose hepática e quantificar a presença de gordura no fígado

Cuidados com o fígado

Além de realizar os exames periódicos de prevenção, é importante atentar-se aos sinais que indiquem o aparecimento de hepatites, vacinar-se, não compartilhar objetos perfurocortantes, sempre utilizar preservativo nas relações sexuais, não ingerir álcool em excesso, praticar atividades físicas regularmente, adotar uma dieta saudável, entre outras.
Não se esqueça de cuidar da saúde do seu fígado! E, para isso, conte com os especialistas da ProctoGastro Clínica.

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